Sábado, 19 de Dezembro de 2009
Bom Jesus 9
Cad.9BJ (1 do cad.9) A seguir encontramos a capela da : R E S S U R E I Ç Ã O Alberto Feio, acha-a a mais singela e simples de todas. O códice explica-a deste maneira; “É quadrada da escadaria com seis cunhais e dentro se vê Jesus ressuscitado, os soldados, um dormindo, outro apontando para o sepulcro e os mais despertos e de fronte a esta capela uma fonte que antigamente se chamava de Cupido e hoje é de Hércules. É de escadaria, porém, a fonte é muito antiga”. A imagem de Cristo Ressuscitado, é do século XVIII, e foi seu autor o escultor João Gambino. Por final, que serve de coroa ao Santuário, vamos encontrar uma magnifica praça, o chamado Terreiro dos Evangelistas, ou das Três Capelas, no qual pelo menos uma é atribuída a André Soares. Este espaço é talvez um dos mais aprazíveis locais da montanha sagrada. De novo vamos socorrer-nos de Alberto Feio que diz que este terreiro “se deve à liberalidade e inteligência de Manuel Rebelo da Costa”, um dos grandes beneméritos do Santuário, idealizado por ele, como recorda a inscrição que está por detrás de uma das estátuas e que diz: ANO DE 1767 SENDO ZELADOR E BENFEITOR MANUEL REBELO DA COSTA. É um vasto plano octogonal, adornado com fontes, as estátuas dos três evangelistas, S. Mateus, S. Marcos, S. João e S. Lucas, simbolizados no Anjo, no Leão, no Boi e na Águia, elementos que se encontram ao pé das esculturas. Às três capelas, estão interpostas quatro fontes, encimadas cada uma por um Evangelista. Á entrada deste largo, de um e do outro lado, vêem-se as fontes de São Marcos e São Mateus, que lançam água para uma taça pela boca um leão e de um anjo, símbolos dos dois autores das Escrituras. A de S. Marcos, tem as letras, na inscrição: “Conforme está escrito no profeta Isaías… voz que clama no deserto”Marc. C. IV, v. 2, 3 Na de S. Mateus, lê-se: “Livro da geração de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão” Math. C. IV v. 1 As restantes duas fontes com as estátuas dos Evangelistas S. João e S. Lucas, que ladeiam a capela central, lançam água também pela boca de uma águia e de boi, dois símbolos destes autores dos Evangelhos respectivos. A inscrição da imagem de S. João tem no seu pedestal a inscrição: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” Joan. IV, 1 Na de S. Lucas, o letreiro diz: “No tempo de Herodes, Rei da Judeia, houve um sacerdote por nome de Zacarias” Luc. C. IV, 5 AS TRES ÚLTIMAS CAPELAS ( 2 do caderno 9) No Terreiro dos Evangelistas Entrando à esquerda deste terreiro, um dos mais aprazíveis locais desta montanha sagrada, deparamos com a primeira capela que representa a: APARIÇÃO DE JESUS A MADALENA Nesta capela aparece Jesus Cristo a Madalena na figura de um hortelão, num jardim com uma enxada segura na mão esquerda. Mais desviadas as Marias com as urnas dos bálsamos, os anjos mostrando-lhes o sepulcro aberto, as sentinelas espalhadas compõe todo o conjunto. “Foi a capela fundada em 1763, e reformadas as figuras e postas em outro arranjo em 1790”, diz o Códice. Sobre a verga da porta tem a inscrição: “Apareceu primeiramente a Madalena”. Mar. C. 16, 9 Para a parte Sul fica a capela do: ENCONTRO DE EMAÚS Jesus Cristo, sentado à mesa, “num pitoresco interior do século XVIII”, diz Alberto Feio, se dá a conhecer aos discípulos partindo o pão. O Códice refere que esta capela foi fundada em 1760, transformada em 1790, numa hospedaria, reformadas as figuras e demolido o Castelo que lhe dava o nome de “Castelo de Emaús”. Sobre a verga da entrada está a inscrição: “Conheceram a Jesus ao partir o pão”.Luc. 24, 35. Coroando estas capelas encontra-se ao centro, entre elas, num êxtase deste corolário (seguimos o Códice) idealizado por Dom Rodrigo, a: CAPELA DA ASCENÇÃO Está entre as outras duas capelas, e pela leitura do documento de que nos temos servido diz: “No meio do terreiro está esta última capela, que por sua grandeza e formosura é superior a todas as outras. Nela se vê Jesus subindo ao Céu, cercado de resplendores. No monte Doze Apóstolos, as Marias e alguns discípulos em diferentes e ternas acções de saudade e admiração. A Santa Virgem de joelhos adorando o eu filho. Esta Capela foi feita no anos de 1750”. A porta tem a sobrepujá-la tem a inscrição: “… foi assumpto ao céu ..” O conjunto arquitectónico deste terreiro, “com a circunspecção de claustro monacal”, diz Alberto Feio, tem no seu centro uma elegante chafariz, elevado numa plataforma de três degraus, que de uma coluna trabalhada, encimada por uma esfera armilar, um dos símbolos da Ordem de Cristo, a qual é rematada por uma cruz simples, sai água que é recebida numa taça, que por sua vez vai cair num tanque. Todo este arranjo, povoadas de insinuantes esculturas, capelas de insinuante estilo ró-có-có, torna o recinto, como já dissemos um local dos mais apetecidos e reconhecido da estância religiosa que é o Bom Jesus. Do murete que circunda a Capela da Ascensão, desfruta-se um belo panorama, sobre o vale do rio Este, que acrescenta mais um aos que de toda a estância nos é dado admirar sobre a cidade e lugares mais longínquos de grande parte do Minho. Aqui acaba, podemos dizer, a parte religiosa de todo este monumental sítio, que é a Montanha Sagrada, no entanto não queremos deixar de mencionar o entusiasmo com que o memorialista do Códice da Biblioteca Lisbonense descreve como que era o Santuário como Dom Rodrigo o idealizou e Villa-Lobos, o desenhou e o local onde foi criado: “O Santuário é sumptuoso no edifício, abundante de cristalinas água, que nele rebentam por todos os lados, ornado de jardins e passeios públicos, deleitoso nas vistas não só nos vales e veigas que lhe são vizinhos, mas também se descobre o mar em distância de cinco para seis léguas. Algumas vilas como Barcelos, Vila do Conde, os montes do Gerez e de Coura e em toda a circunferência oferece a natureza o mais belos espectáculo da Europa, como o atestam os mais fidedignos romeiros que diariamente concorrem não só da Província e Reino mas também de toda a Europa.”. Ao lado deste Terreiro dos Evangelistas, encontra-se agora o remodelado Hotel do Parque. Seguindo por um estradão vamos deparar com um aspecto do Bom Jesus, o qual é um local imprescindível numa visita à mata do Bom Jesus. Em 27 de Janeiro de 1806, por um alvará régio, a parte baldia que envolvia o Santuário foi doada à Irmandade, o que veio não só a aumentar o seu património mas também engrandeceu os seus limites territoriais. A doação reflectiu-se na exploração de águas, criando-se então lugar da Mãe de Água do qual já falamos a propósito das Escultura de Moisés. Ali se construí um lago para depósito de água que acabou por fornecer água a muitos fontanários e até ao Elevador de que falaremos adiante e criou-se um espaço mais amplo para as merendas dos romeiros. Anos depois, em 18 de Julho de 1877, o Governador Civil, Marquês de Valadas, por alvará fez eleger uma Comissão, para administrar o Santuário, dado que a então mesa administradora estava a ser acusada de menosprezar os interesses do Santuário. Desta Comissão fazia parte o Dr. António Brandão Pereira que tomou a peito transformar a parte superior da estância. As clareiras foram plantas com árvores vindas do Gerez, e os lugares onde existia mata espinhosa, foi coberta de vegetação especial, e construi-se um grande lago, que hoje é a delícia de muitos navegantes, adultos e crianças. …/… Continua no caderno 10)


publicado por Varziano às 18:39
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