PRACETA PADRE DIAMANTINO MARTINS
Com entrada pela rua Andrade Corvo, a praceta Prof. Padre Diamantino Martins, pretende homenagear o professor-doutor que durante vários anos, foi docente no Instituto Superior de Filosofia Beato Miguel de Carvalho, em Braga,
Diamantino Martins, nasceu na Zibreira (Torres Novas), a 26 de Junho de 1910 e faleceu em Braga, no dia 17 de Fevereiro de 1979. Depois de cursar os estudos secundários no Liceu de Santarém e no Seminário de S. Martin de Trevejo (Cárceres), ingressou na Companhia de Jesus, no Noviciado de Oya (Galiza), a 23 de Setembro de 1927. De 1929 a 1934 cursou Humanidades e Filosofia, tendo terminado em Vals-le Puy (Haute Loire, França) onde obteve a licenciatura.
A sua ordenança sacerdotal ocorreu em Braga, a 23 de Dezembro de 1932, tendo mais tarde, em 1936, partido para a Bélgica, a fim de cursar teologia em Lovaina. Foi um dos iniciadores primeiros docentes do nascente Instituto Superior de Filosofia de Braga onde, desde 1934 a 1936, leccionou Física, Biologia e Questões Filosóficas, sendo estes dois primeiros anos que representam a primeira fase da sua docência.
Professor e rigoroso na sua expressão, diz o Prof. Doutor Lúcio Craveiro da Silva, “interessando-nos a nós que fomos seus alunos pela vivesa e actualidade da sua cultura. Ele mesmo escrevia os seus apontamentos e aditamentos aos textos que nós depois policopiávamos.”
O seu temperamento reservado e tímido, continua a informar o falecido primeiro reitor eleito da U.M., Craveiro Silva, estava sempre pronto a atender e a orientar os seus alunos, juntamente com a sua dedicação, impressionando o rigor das suas lições e a actualidade dos seus conhecimentos.
Depois de concluída a sua formação religiosa e ascética, em Salamanca, seguiu para Barcelona onde fez estágio e prestou provas de doutoramento ( 1943 ) na Faculdade de Filosofia de Sarriã, com a classificação máxima de 10/10 (suma cum laude ).
Nesse mesmo ano foi nomeado professor de Filosofia no Instituto Superior de Filosofia Beato Miguel de Carvalho, instituto que, em 1947, foi elevado a Faculdade Pontifica de Filosofia, tendo passado a ser professor ordinário.
Nesta sua segunda fase de ensino, ocupada desde o restante da sua vida como padre e professor, regeu as cadeiras de Psicologia Racional e Psicologia Científica e, ainda que provisoriamente, a de Criteriologia.
Em 1945, juntamente com outros professores, fundou a Revista Portuguesa de Filosofia, da qual chegou a ser um dos directores. Foi docente de Psicologia do Centro do Centro de Estudos Humanísticos, anexo à Universidade do Porto. Na Escola Dom Luís de Castro e Escola de Enfermagem, em Braga, deu regularmente cursos de psicologia e deontologia.
Participou em numerosos congressos e a outros enviou comunicações, como no Congresso Luso-Espanhol, em 1942, realizado no Porto; Primer Congresso Nacional de Filosofia, em Mendonza, Argentina; em São Paulo, no Brasil, Congresso Internacional de Filosofia e, ainda em Portugal, interveio em Congressos em Coimbra e Évora.
Várias revistas nacionais e estrangeiras tiveram a sua colaboração mas, a principal vamos encontrá-la na revista que ajudou a fundar – a Revista Portuguesa de Filosofia - onde assinava os seus trabalhos, por vezes, com as siglas I. K. L. e D. M.
Podemos avaliar do valor da sua enorme cultura consultando a sua vasta biografia, mantida entre livros publicados e artigos dispersos pelas revistas da especialidade, que ultrapassa, de longe, a centena.
Pelo que se vê, o Prof. Doutor Padre Diamantino Martins, foi um luzeiro que levou, bem longe, a Cultura Bracarense, Como tal, a Câmara de Braga, ao atribuir o seu nome, a uma praceta, pretendeu homenagear uma individualidade religiosa, que não sendo bracarense, muito honrou com o seu profícuo trabalho, a cidade que o acolheu.
Braga, 22 de Julho de 2008
LUÍS COSTA